quinta-feira, 16 de junho de 2011

De beradero pra beradero

O Secretário Estadual de Cultura da Paraíba Chico Cesar recebeu o pesquisador social Epitácio Andrade, que intencionava, naquele momento, convidá-lo para o lançamento de seu livro: “A Saga dos Limões – Negritude no Enfrentamento ao Cangaceiro Jesuíno Brilhante”, que ocorrerá em Catolé do Rocha, no alto sertão paraibano, no próximo dia 09 de julho.

A intenção do pesquisador Epitácio Andrade, de repente, foi contaminada por uma enxurrada de idéias e perspectivas de realizações culturais motivadas pela acolhida e cordialidade do musicista catoleense. De um simples convite para um lançamento de um livro, surgiu a possibilidade de se estabelecer um amplo debate sobre a desmitificação do fenômeno do cangaço.


Chico Cesar, Rômulo Gondim e Epitácio

Testemunhado pelo ex-secretário adjunto de educação do município de João Pessoa, Professor José Rômulo Gondim de Oliveira, o encontro do Secretário de Estado com o pesquisador da nordestinidade apontou para discussões sobre questões históricas como a resistência da negritude ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai, a participação dos negros na Revolta dos Quebra-quilos e o enfrentamento ao cangaço no sertão setentrional.

A temática abordada no livro de Epitácio Andrade foi discutida com o assessor de cultura popular Erasmo Rafael, ex-secretário de cultura de Boqueirão e Alcantil, cidades paraibanas que ficaram conflagradas à Revolta dos Quebra-quilos (1874-75), única resistência popular brasileira à escorchante carga tributária.


Epitácio e Erasmo Rafael.

Ao final do encontro, o médico psiquiatra Epitácio Andrade, que é conterrâneo de Chico Cesar e foi seu contemporâneo na Universidade Federal da Paraíba, lembrou que o lançamento do livro estava previsto para o Teatro Alicio Barreto, que foi um apologista do Cangaceiro Jesuíno Brilhante, porém, posteriormente, passou a refletir: “O lançamento de seu livro sobre um resgate da negritude sertaneja poderia ser na casa do Beradero, pertencente a um cangaceiro do bem”.

De beradero pra beradero...

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